terça-feira, 16 de junho de 2009

Segundo as lendas da minha família paterna, uma certa prima, em um de nossos memoráveis passeios a Mosqueiro (e eu nem sei se já era nascida, mas acho que sim), pisou na tampa de uma fossa da nossa casa de veraneio alugada. A tampa se partiu e a moça, alegando não ter culpa, disse "mas foi só o dedinho...". Ficou o episódio conhecido como "o dedinho da Mônica". Desde esse dia, fazer qualquer besteirinha destrambelhada é o suficiente pra se ouvir a frase "mas foi só o dedinho..." e pra que todos desatem a rir.

Uns dois ou três de meus novos amigos tem a história de, se alguém apronta, um diz a outro "é o teu dedo de MiRdas", ou algo do tipo, em alusão ao famoso rei que transformava em ouro tudo que tocava. No caso, o poder de "MiRdas" é o conhecido poder de "fazer merda" em tudo que se faz.

Também tenho meus dons pras tolices. E uso esse termo mesmo, "tolice", porque não há denominação para o que faço. É tão cheio de boas intenções, de uma leveza pueril, combinada ao meu olhar quase angelical, que mesmo os anjos de verdade devem se convencer de que não fiz por mal. Mas não adianta: estou cercada de minhas próprias tolices, sempre e sempre.

E ainda funciona de uma forma bem peculiar. Eu só estrago aquilo que já está pronto, ou ao menos minimamente planejado. Sou perita em esfacelar sonhos, castelos, metas e projetos, inclusives os meus. O "dedinho da Mônica" e o "toque de MiRdas", combinados, não são páreos para meu poder de fazer tolices até infantis, sem maldade, mas com muita destruição, a todo momento.

Eu fiz mais uma no alvorecer do último domingo. E continuei na segunda. E ainda, não totalmente satisfeita, enveredei madrugada adentro e quase estraguei até minhas próprias convicções no início da terça. O orgulho, o amor próprio e a autoestima já se foram. Espero manter minimamente a dignidade, ainda. Fracassei miseravelmente na minha primeira quinzena de junho.

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