sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O que fazer quando as luzes se apagam?

Certo, andei sumida. Não há o que dizer nem o que justificar. O mundo real andou me ocupando e pequenas confusões do dia-a-dia acabaram por deixar todas as idéias para textos (boas ou não) dentro da cabeça mesmo. Só de pensar em passá-las para cá já batia a preguiça ou a sensação de que havia algo mais importante a se fazer.
Mas cá estou. Quando a necessidade de escrever se reafirmou, precisei voltar e, por isso, redigo, cá estou. E, obviamente não por coincidência, isso se fez latente justo após a visita de namorido. Foram 15 dias de convivência ininterrupta após 6 meses de ausência e distância física. E, destes 15, por 5 ficamos sem energia elétrica em casa (por incompetência da maldita companhia de luz que se atrapalhou e atrapalhou minha vida também).
Daí se explica o título de hoje. Porque não é nada fácil nas atuais circunstâncias passar sequer um dia sem luz, imaginem 5! Se fosse na praia, num acampamento, sei lá, algo fora do cotidiano, poderia até fazer sentido... Mas em plena cidade e sob um calor de 44 graus, é uma tortura!!! 
Sendo assim, nossa rotina era acordar, arrumar um pouco a casa, tomar café e ligar pra companhia de luz. Depois brigar um monte porque eu surtei com a situação toda e descontei tudo no tadinho do namorido, depois namorar um pouco e preparar o almoço juntos, lavar a louça e ligar de novo pra companhia de luz e esperar que alguém viesse resolver o problema até às 17h30. Depois disso, sair pra comprar gelo e tentar não deixar a comida estragar. Findando a saga de ir ao supermercado/voltar o mais rápido possível pra casa pra não derreter demais o gelo/abastecer os isopores/limpar toda a cozinha e enxugar a água que escorria do gelo derretido, tomávamos banho e pensávamos no que fazer.
Nessa parte que sempre vinha a questão-título. Como era fim de tarde e anda anoitecendo por voltas das 20h por aqui, aproveitávamos o fim do dia para fazermos palavras cruzadas na beira do rio. Passeios exaustivos e felizes pelo centro histórico eram a pedida dos fins de tarde. Depois voltar à noite pra casa, acender as velas e beber umas cervejas enquanto preparávamos algum lanche pro jantar.
Descobrimos a afinidade para palavras cruzadas e quebra cabeças nesses dias sem luz. Descobrimos o mesmo gosto para cervejas, músicas e filmes (mesmo que não pudéssemos assistir/ouvir nada, exceto num dia em que conseguimos carregar os celulares e fazer as baterias durarem até de manhã). Descobrimos que o assunto entre nós não se esgota e, quando cansamos de falar, que o silêncio também não nos incomoda. E descobri que tudo que nos unia continuava da mesma forma que havíamos deixado lá em agosto, quando nos despedimos. Os sentimentos, os intentos, os planos, todos mais sólidos e mais fortes, como se houvesse um halo iluminado que não permitisse nunca que a luz se esvaisse.
Quando as luzes se apagam, a solução é deixar que as luzes psicodélicas de nossa eterna liga do amor reine, absoluta, acima de todas as invejosas luzinhas bobas do resto da cidade *-*

*Esse é um post apaixonado mesmo, e daí? =P