sexta-feira, 19 de junho de 2009

Diálogos - IV

Ela foi à casa dele, morta de cansada e suja, após o trabalho. Ele a recebeu com a mesma amabilidade que sempre lhe destinou. Deu a ela o último copo de coca-cola. Viram um filme. Conversaram encolhidinhos no sofá. Depois saíram, porque ela queria mostrar a ele seu bar preferido antes que fosse fechado de vez. Boa conversa, sempre. Carinho, quase risadas, músicas bobas, outras belas e outras belas com interpretações bobas. Quando ele não suportava mais (e foi muito depois do que ela esperava) foram cada qual para sua casa. Ela o deixou e seguiu para a sua. Chega e corre para o computador. Entre assuntos impertinentes, terminaram a conversa que nunca termina com os agradecimentos dela:
- Obrigada por tudo, viu? Acho que um dia nos chamaremos de "amigos" e tal. - (Sorriso com a língua pra fora.)
- Agradeço. - (Rindo.)
- Eu também. - (Sorrindo.) - Eu gosto muito muito de ti. E não precisa dizer nada em troca. - (Sorriso aberto.)

- Eu gosto de ti quase a ponto de poder chorar contigo. - (Carinha meiga.) - Beijo, boa noite.
- Own... boa noite. Beijo! Vou dar um jeito de te ver essa semana, prometo!
Ela sorri.

Ele também.
Fim de conversa por hoje.

7 comentários:

  1. "A razão não se comporta racionalmente, o qu é uma forma de cegueira."

    José Saramago.

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  2. Não é falta de amor-próprio, auto-estima ou bom senso. É da racionalidade racional. Há aí um "falsa racionalidade", o que te torna a emo-mor, age única-totalmente com emoção. E quaisquer que sejam a justificativas não passam de palavras por cima de palavras, belas nomenclaturas pra camuflar o que todos sabem: inclusive tu.

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  3. Eu queria q fosse fácil para as pessoas verem uma coisa, saberem que é certo e executarem isso.
    Sabe quando uma coisa passou da validade e vc insisti em comer, mesmo sabendo que vai passar mal, e passa?
    Eu ando dando esse exemplo pra muita gente ultimamente, e nuca coube tão bem quanto pra ti.
    Só vais ficar bem quando colocar na tua cabeça que queres isso, e parar de fingir pro mundo o que tenta fingir até pra ti, só tenta, bem superficialmente...
    Me toma de exemplo, vê a minha história, eu tive dignidade pra seguir em frente sem olhar pra trás. Tenha também. Eu sei que tu podes, sinto em ti uma força escondida. Procura por ela e seja feliz.

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  4. Mas quem são vocês que não entendem o que digo? Em qual momento não pareci "bem"? Esse foi um diálogo de um momento feliz, não é compreensível? Acho que devo rever meus conceitos de literatura, ou começar a dedicar com nomes explícitos meus escritos... =(

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  5. Quando quer ser um literário, deve-se estar disposto a aceitar suas interpretações. A "massa" entendeu de um jeito, vai ver que não era isso. Agora quem és tu pra querer julgar o leitor?? De acordo com os textos anteriores, é claro que (e eu tõ falando por mim) eu só podia interpretar esse de uma forma. E de acordo com os teus últimos atos. E últimos gestos e olhares.


    Se não és clara, não tens o direito de condenar quem interpreta como quer.

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  6. E em nenhum momento eu escrevi que não estavas bem.

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  7. Foi a Bah que disse "se não estás bem"... Eu não condenei ninguém nem nunca quis/tentei ser "uma literária", muita pretensão para mim, uma mera ordenadora de palavras.
    Não, eu não condeno ninguém, apenas tentei explicar meus escritos a quem parecia não entedê-los, mas é óbvio que cada um entende a seu modo. Quando o texto suscita muitas discussões, creio ter chegado perto de algum tipo de "arte". xD

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