domingo, 10 de maio de 2009

Fim. Sempre a ameaça do fim.

Não quero mais ser
O que te transforma 
Em sorte, anjo e noite.

Não posso continuar
Nesse eterno vir a ser
Que nunca é meu.

Prefiro acordar
Abrir bem a boca e os olhos
Engolir o que me espreita.

Vomitar tudo de volta
Numa escultura de luz
Na antítese do que tanto me dói.

Vou te expelir de mim
Te iluminar, salvar, redescobrir
Dizendo apenas que o não pode ser sim.

Não te quero
Sendo o que não sou
Com esse espelho quebrado e turvo.

Hoje me sobraram os insetos
Os dias que não comemoro
E a vontade de derreter sob o Sol.

2 comentários:

  1. Devo admitir que sempre serás melhor compreendida quando escrita
    quando vomitas a luz desse céu
    mesmo cinza e inebriado
    te digo
    sou o que não queres
    sou o que não és
    mas somos malditos
    e queremos o que nos é benditamente cruel
    que façam palavras do que penso
    que façam angústia do que vanglorio
    que vejam como feio e asqueroso o que sou
    mas sou o que sou
    e serei o que nunca serás.

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  2. me inspiraste a escrever isto
    não tome partido do que eu escrevo
    saiba que te amo
    e apaga esse comentário aqui...

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