Viu a noite no portão
Cortou os fios de luz
Esvaziou a caixa d'água
Até amanhecer
Amassou o carro
Deu o vinho aos animais
Espalhou a louça
Em mil pedaços no jardim
Pôs os livros no quintal
Rezando pra chover
Arranhou os discos
Descolou a forração
Arrastou cadeiras
Pelo chão do corredor
Recortou nas roupas
Este rosto que ela tem
De olhos bem abertos
Sabedores do que vêem
Pôs os livros no quintal
Rezando pra chover
E choveu
*Emprestando mais uma vez as palavras de um desconhecido, faço destas a minha atual verdade. Angústia, desequilíbrio e racionalidade fingida. A loucura espreita, enquanto não cai a chuva...
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