quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eu fiz. Conversei com meu gerente, depois com meu diretor, por último com a "gerente de pessoas". Todos disseram aquele blábláblá de sempre, que sou uma ótima funcionária, além de uma boa menina, que sentirão a minha perda, mas que esperam que eu seja feliz e consiga alcançar meus objetivos. É óbvio que eles não sabem; eu não serei feliz com um simples "ato de libertação". Meus objetivos? Nem eu sei ao certo qual são!
O certo é que hoje, após as três conversas, preenchi meu requerimento, encaminhei-me ao protocolo e iniciei o processo. Hoje assinei meu pedido de EXONERAÇÃO. É, isso mesmo, exoneração do meu emprego estável, de uma concursada que estudou, se dedicou e trabalhou com amor e devoção naquilo que realmente gosta. Mas eu pedi a exoneração, marcada pra exatamete daqui a um mês, tempo em que o processo rola, eu recebo e me preparo mais um pouco pra mudança.
E o que isso significa? Desprendimento, desapego, fuga? Nada disso. Significa o primeiro passo seguro rumo ao que acredito, ao meu ilusório e fugidio bem-estar, à cidade que me acolhe mesmo com seus moradores hostis, aos estudos que nunca devia ter abandonado. Significa também, depender da mãe de novo, apegar-se ao colo da mana mais nova, seguir regras, suportar o frio, passar sufoco... Mas, a melhor parte: significa estar longe. Longe do que me faz mal e do que me agrada, de pessoas que amo e das que me odeiam, de histórias verdadeiras e lembranças que de tão vagas parecem irreais. Ir embora significa tempo para mim, para pôr as idéias no lugar e partir em busca do que sempre almejei, como a luz do Sol: equilíbrio.
E isso eu posso vislumbrar em uma simples assinatura num papel bobo e amassado. O pedido de exoneração devolvendo-me o sorriso à face, em um dia no qual eu pensei que só choraria e me lamentaria. Como coisas tão simples me fazem sorrir... Ainda mais quando dependem inteiramente de mim e da minha força de vontade. E eu consegui. Voei acima de todos, de tantas opiniões controversas e descabidas. E decidi sozinha, pelo que acredito ser meu melhor. E eu vou embora, de vez, para não mais voltar. Desejem-me sorte. E me visitem, um de cada vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário