quarta-feira, 18 de março de 2009

Borboletas verdes - A Invasão

"Elas chegaram de uma vez. Não foi uma por uma, só pra dar o gostinho de quero mais, nem devagarzinho pra parecer suave, nem com coreografia ensaiada pra impressionar. Chegaram pesadas como um estouro de manada, quase nem eram borboletas com todo aquele farfalhar louco e sem sentido. Pareciam... hum... sapos, isso! Mas se fossem sapos, seriam roxos, então... deixa pra lá!
Como eu dizia, eram loucas borboletas verdes. E brilhavam como pirilampos, e eram grandes como bem-te-vis e nadavam no ar como peixes. Isso! Peixes pesados batendo suas asas nos céus vermelhos de minha casa que não é minha!
Ainda não sei o que querem. Chegaram e ocuparam o quarto cor-de-rosa que ninguém ocupa. E pousaram nas paredes como um grande jardim ao contrário. Eu fechei a porta pra não as atrapalhar. Eu falo quando durmo, elas podem não gostar. Mas hoje à noite eu deixo a porta aberta, deixo sim! Quem sabe elas resolvem dizer pra que vieram de uma vez!"

Esse texto inaugurou meus escritos (dos que não morreram) no ano de 2006. Achei pertinente reeditá-lo, já que as borboletas me encontraram em outro lugar...

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