Domingo à tarde. Calor infernal. Dois ventiladores ligados, tv também ligada, mais para que o quarto tivesse algum sinal de vida que para ser realmente assistida. Foi com a tv ligada num canal aleatório, num programa local antigo (era reprise mesmo) que vi uma frase finalmente agradável. A camisa do carinha do programa dizia "normal people bore me". Não sei se era alguma campanha, se é slogan de algo, nem prestei atenção e mal tava ouvindo mesmo o que ele dizia, mas a frase realmente me chamou atenção. Isso foi ontem.
Hoje eu acordei muito, mas muito, incrivelmente mal humorada. Não, não era culpa de ninguém (quer dizer, até era um pouco), nem havia pessoas à minha volta, ou ao menos imediatamente perto. Mas a sensação de prisão, de calor sufocante, do grito prestes a escapar, a certeza de que, não importa o quanto se fuja, os verdadeiros problemas continuam atrás de nós, como encostos, tudo permanecia em mim como há alguns meses, quando a única vontade que eu tinha era a de sair correndo de onde estava sem olhar pra trás.
Li um blog recém-inaugurado (a quem interessar possa, http://diariosdamaquinadomal.blogspot.com/) no qual, se não entendi mal, pretende-se mostrar aventuras de uma bicicleta na cidade de Niterói. Pensei em como eu seria mais "feliz" se soubesse andar de bicicleta, em como poderia sentir por um momentinho apenas que não sou constantemente mal humorada e reclamona, porque por esse instante único o vento no rosto e a sensação de plenitude seriam suficientes para que os problemas se fossem. Mas eu não sei andar de bicicleta nem gosto de fugir dos problemas.
Por isso volto ao assunto inicial e ao título deste post. Percebo-me cada vez mais intolerante às pessoas ao meu redor, como se todos fossem medíocres, como se ninguém fosse capaz de falar algo interessante ou minimamente aproveitável, como se todos os discursos fossem reproduções acríticas, como se eu não me encaixasse mesmo em lugar nenhum. E embora pareça bobagem de uma eterna adolescente, a verdade é que eu nunca estarei satisfeita, não sou capaz de me conformar com frases prontas e clichês, com comportamentos "socialmente aceitáveis" que, no fundo, apenas tornam todos ao meu redor apáticos e profundamente desinteressantes.
Isso quer dizer: voltei ao meu estado natural de stress superior. Ao ápice do sarcasmo, da acidez e da insatisfação. Ao início da questão que me trouxe até outra cidade, outros ares, outros planos. Não, não é falta de amor, não é "síndrome de malcom", não são problemas de convivência familiar, falta de grana, falta do que fazer. Não é nada de trivial e corriqueiro. Sou eu, apenas eu, voltando ao que sempre fui, em essência: crítica e questionadora. Uma chata para a maioria, mas um quase modelo de racionalidade e persistência para alguns. E como detesto as multidões, são esses alguns que reconhecem o valor prático e mesmo sentido utópico do meu eterno senso de contra-argumentação as pessoas que realmente me importam. O resto apenas me aborrece.
E agora eu preciso ir que, obviamente, com esse mau humor todo, não fui capaz de terminar o bendito ensaio de trabalho final do semestre que já terminou. Mas com ânimo renovado (já que escrever é restaurador para mim), sigo madrugada adentro para parir adoráveis laudas de senso crítico e teor acadêmico suficientes para encerrar de uma vez por todas 2009. ;)
Apesar do mal-humor (rs) fico feliz que tenha despertado tua vontade de escrever... descobri que faz bem pra mente ea história de escrever
ResponderExcluireguaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
ResponderExcluireu me sinto assim tb T____________T
e o pior é q tenho amigos q me avacalham qd eu tento aprofundar as conversas... fazem cara de sono, piada, mudam de assunto, etc
>_<
O pior sao aqueles que aos poucos se afastam devido a conversa fica muito profunda, geralmente ligam a TV ou ficam olhando para o nada.
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