Dias atrás eu escrevi sobre minha irritação sobre tudo e todos (ou quase isso) que me rodeiam e teimam em se adequar a regrinhas e padrões inúteis, apenas para manterem-se dentro do que chamam de "normalidade". Até porque, ser "normal" é mesmo isso, estar conforme os padrões previamente estabelecidos, fazer parte da grande corrente inerte e depois tentar se convencer de que todos temos algo de especial (mesmo que isso seja apenas uma forma de dizer que ninguém mais é especial, segundo um desenho incrível aí que vi). Mas eu não fui sempre assim.
O tal mito da normalidade chegou a me atrair, certa vez. Há muitos anos eu achava que destoava demais no meio dos ditos "normais" e sentia vergonha disso. Quer dizer, primeiro eu sentia orgulho, mas depois de alguns acontecimentos, de rejeição e incompreensão, também desejei "ser normal" simplesmente para passar despercebida e não ser alvo de ofensas ou ridicularização por não ser tão "normal" quanto os outros. Passei a esconder-me dentro de mim, com máscaras e outros truques da arte do fingir, de modo a quase, QUASE ser como os outros.
Eu precisei de mais alguns anos pra entender que eu nunca poderia ser como os outros, mesmo que fingisse muito bem para a maioria. Eu não fui capaz de fingir pra mim e, com o tempo, fui me despindo dos truques, voltando ao meu próprio "eu" e me libertando do mundo dos "normais". E quando "voltei", a hipocrisia reinante e a ditadura dos malditos "normais" passou a me irritar de tal forma que eu não consigo, por mais que tente, tolerar muitas coisas. Por isso me enervo com facilidade, me estresso"all the time" e xingo horrores aquilo que não me agrada, com argumentos para fazê-lo.
Ouvi essa semana, porém, que reclamar o tempo todo não agrada os outros. Como se eu não soubesse... Também não gosto de quem vive reclamando, também não suporto conviver com meu mau humor e meu gênio teimoso e arrogante, mas, repito, sou crítica por natureza e acima de tudo. Não me calo pra agradar outrem, não fujo de discussões se elas me parecem interessantes e não sou otimista daquele tipo bobo, que prefere acreditar que dias melhores sempre virão e sentam no sofá esperando a vinda. Sim, eu sei muito bem rir da minha própria desgraça, mas não desprezo nunca o valor de uma boa queixa. ;)
E aos incomodados... Vocês também me aborrecem!!! =D