domingo, 1 de novembro de 2009

Bobagens cinéfilas

Tá, é início de novembro, penúltimo mês do ano, que está chegando ao final, eu deveria seguir meu costume de falar minhas impressões para o mês, ou fazer o balanço de outubro, ou até contar algum fato corriqueiro dos últimos dias.
Ontem, no entanto, um pensamento que há anos não me passava pela cabeça voltou, com uma ajuda da minha irmã caçula que (eu nem sabia) tinha o mesmo pensamento que eu: "por que aquela gorda espaçosa não cedeu lugar na porta pro Jack?". Esse é o pensamento tema da nossa noite de Halloween.
A "gorda espaçosa" era a Rose (interpretada pela Kate Winslet) de Titanic. Impressões gerais sobre o filme (que, na época, tive de ver no cinema pra levar a irmã do meio e, mesmo não sendo o supra-sumo do senso crítico, achei uma choradeira só, valia só pelos efeitos, à primeira vista): Rose era uma ruiva farta de carnes, como era ainda padrão na época, mas do tipo "gostosa", não "gorda". Jack (encarnado no Di Caprio), o namoradinho pobre, era um garoto novo, do tipo normal, magro mas "com tudo no lugar". Eles juntos: Rose parecia muito mais forte que ele e Jack começava a parecer bem magrelo e frágil nas cenas a dois.
Parágrafo especial para a cena especial: todo mundo já viu pelo menos a cena do carro. Eles estão no "almoxarifado" do Titanic e entram num carro qualquer pra transar.Tá, e daí, eles estão com frio e querem se esquentar, nada mais apropriado que um carro antigo "chiquerésimo" num navio no meio do oceano. Amei a idéia. Mas eles encontram o carro, entram no carro e a próxima cena é uma mão escorrendo pelo vidro da janela do carro que, por sinal, está toda embaçada (que nem espelho do banheiro quando se toma banho quente). Se era pra aquilo parecer sensual e mostrar que a volúpia do casal aquecia a tal ponto o carro que as janelas embaçavam, tudo que eu conseguia pensar era numa cena bem horripilante de assassinato com aquela mão escorrendo desesperada pelo vidro. Pensei, mesmo sabendo que não poderia ser: "um matou o outro!". O detalhe é que não sabia quem tinha matado quem, mas quando o take mostra os dois no interior do carro penso, com certeza (mesmo sabendo que aquela mão no vidro era dela): "se a Rose tava por cima, entendo o desespero dele tentando sair pela janela".
Claro que a idéia vai se aprimorando ao longo daquelas horas intermináveis do filme interminável, mas, já depois do naufrágio, quando eles procuram onde se refugiar, encontram uma porta boiando na água. Mas não é uma porta qualquer, é daquelas portas antigas, imensas, super resistentes, madeira de lei e tudo. Aí Jack manda a Rose subir na porta e fica na água congelante. Eu penso, de cara: "mas que gorda espaçosa, essa porta é imensa, é só afastar um pouquinho que o magrelo do Jack sobe aí também!". Mas não, ela não se afasta, e ainda deita toda esparramada sobre a porta enquanto o coitado do namoradinho pobre e magrelo da ruiva rica e gorda morre de frio. Conclusão: Jack morre porque Rose era uma gorda espaçosa que não se dignou a arredar um pouquinho pro lado pra salvar o namorado.
Fim de análise. Bom novembro a quem ainda lê esta coisa que eu chamo de blog. =P

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